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sábado, janeiro 30

Cirurgia de Aneurisma Cerebral

Começamos explicando a cirurgia tradicional, só assim é possível conhecer com exatidão os pontos positivos da embolização: a cirurgia tradicional dos aneurismas cerebrais é realizada com a abertura do crânio (craniotomia) e pela dissecção microcirúrgica dos vasos cerebrais, identificando-se a lesão e aplicando-se um clip cirúrgico no seu colo (sua origem, implantação na artéria portadora da lesão).     

Uma corrente elétrica de baixa voltagem é então aplicada sobre a mola rompendo a resistência e “largando” a mola no local desejado, ou seja, no interior do aneurisma. A grande vantagem da mola desenvolvida por Guglielmi, a qual foi chamada de GDC (Guglielmi Detachable Coil), foi a possibilidade de se reposicionar (retirar se necessário) até o momento de sua largagem.

A micro-cirurgia teve seu grande avanço nos anos 80 com o desenvolvimento do microscópio cirúrgico e, sem dúvida seu desenvolvimento foi um grande marco no tratamento destas graves lesões que anteriormente não apresentavam opção de tratamento adequada.

As técnicas alternativas tiveram seu início efetivamente na década de 90, com o desenvolvimento por Guido Guglielmi, um neurocirurgião italiano, na UCLA - Los Angeles, de uma espiral de platina (mola) eletroliticamente destacável.

Motivado pela perda de seu pai devido a um aneurisma cerebral operado e com má evolução, Guglielmi desenvolveu uma mola de platina fina (espessura de 0,010 e 0,018 de polegada) e com diâmetros que variam de 2 a 20 mm. A mola é ligada a um fio metálico da mesma espessura que a empurra até o interior do aneurisma. A união das 2 partes (mola e fio) é feita por uma resistência elétrica. Uma vez cateterizado o aneurisma e desenrolada a mola no seu interior, a junção das 2 partes encontra-se, neste momento, ao nível do colo do aneurisma.

O processo é assim repetido até que não caibam mais espirais, ocluindo integralmente o fluxo no aneurisma. Atualmente, há diversas molas destacáveis com largagem por processos eletrolíticos e hidráulicos, e que apresentam resultados semelhantes.

O objetivo da embolização consiste na oclusão mecânica da cavidade do aneurisma. Posteriormente um trombo se organiza nos interstícios das molas e uma nova camada endotelial recobre o colo do aneurisma.

Inicialmente a técnica foi utilizada somente nos pacientes em mau estado neurológico (graus clínicos avançados – 4 e 5) e naquelas topografias onde a micro-cirurgia era muito arriscada. Com o tempo e a experiência adquirida, ela passou a ser utilizada em um número crescente de casos, incluindo aqueles ditos “cirúrgicos”.

Até o momento, mais de 200.000 pacientes já foram tratados por este método – uma casuística que demonstra a consagração da técnica.

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